Não faz sentido eu querer ser o que tu me diz, porque, no fim, eu nem sei quem sou. E não há quem possa dizer. Não há definições para o que eu possa ser… Apenas especulações, nada concreto. E não importa o que me digam, ainda me encontro perdido.
Não é questão de ter mapas em mãos ou um GPS para me guiar. Meu corpo anda por aí, mas onde está o meu “eu”? A parte material está presente, mas e minha parte inexplicável? Se encontra, indecente, perdida em algum lugar onde eu nunca deveria estar. Lugares sombrios, onde até mesmo o diabo hesitaria em pisar.
E, sinceramente, eu não tenho vontade de voltar.
Tenho mais medo da vida do que da morte. A morte é certa, absoluta, inquestionável. Enquanto a vida é incerta, feita apenas de dúvidas.
Enquanto alguns são capazes de sentir e amar, eu sou o caos. Apenas sou capaz de odiar. Porque o ódio me fez viver. O ódio me fez ficar. Sobrevivi ao que muitos chamariam de “não há mais volta”.
Mas deixa eu te contar por que tanto ódio carrego no peito. Não é defeito. É sentimento.
Amar destrói. Corrói. Tira o ar do peito. Te mostra imagens incertas e te enche de dúvidas.
O ódio, por outro lado, não te deixa sentir mais nada. Apenas te dá um desejo: conseguir o que quer.
E eu apenas quero querer.
Nunca ter.
Porque ter me transformaria.
Porque ter me tornaria capaz de amar de novo.
E o que mais me apavora, o que mais me assombra…
Teu (incompleto) amor.
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